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quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Depois de encontro com Eduardo Campos, José Reinaldo fica no PSB e anuncia que partido apoiará Flávio

O ex-governador José Reinaldo Tavares revela, em entrevista concedida ao blog, uma conversa que teve nesta quarta-feira com o presidente nacional do PSB, o governador de Pernambuco Eduardo Campos.
Acompanhado do deputado Marcelo Tavares em Recife, Reinaldo afirma que do encontro com Eduardo Campos saiu o encaminhamento de que ele, o deputado Marcelo Tavares, a deputada Cleide Coutinho e o ex-deputado José Antônio Almeida voltarão para a executiva do PSB, depois de terem sido destituídos da ano passado da direção da sigla por conta do imbróglio que envolveu a decisão de querer levar a legenda a apoiar a reeleição do ex-prefeito João Castelo.
O ex-governador diz ainda ao blog que o PSB deverá apoiar a candidatura do presidente da Embratur, Flávio Dino ao governo do estado. O anúncio deve sair de um encontro que ocorrerá no dia 13 de setembro, em São Luís, com a presença do governador de Pernambuco. “Eduardo acatou com entusiasmo o apoio necessário para que possamos fazer, usando a experiência vitoriosa em seu governo que tem mais de 90% de aprovação, do, mais que necessário, plano de governo de Flávio Dino”, diz José Reinaldo.
Confira, abaixo, a íntegra da entrevista, onde o ex-governador fala de sucessão estadual, candidatura de Luís Fernando, possibilidade de cassação de Roseana e outros assuntos.
1 – O senhor pretende abrir mão de disputar o Senado e se candidatar a deputado federal em prol da união das oposições, conforme foi divulgado na imprensa?
José Reinaldo – À convite do governador e presidente do nosso partido, o PSB, estivemos, eu e Marcelo Tavares, ontem em Recife onde nos encontramos, por mais de uma hora com Eduardo Campos. Em consequência ele virá aqui, em São Luís, para um grande encontro de confraternização e reunião do partido no dia 13 de Setembro, (data sugerida por ele) que marchará unido para a eleição do ano que vem, apoiando Eduardo para presidente da República, como tudo está se encaminhado, e Flávio Dino para o governo do estado. Voltaremos todos para a Executiva do partido, eu, Marcelo, José Antônio, Cleide, que também terá espaço para outras alas do partido. Sugerimos a permanência de Luciano Leitoa, correligionário muito querido no partido, na executiva como desejar Eduardo. Buscaremos com urgência a recuperação do tempo perdido e a incorporação de novos filiados, que cessou desde que saímos da executiva. Por sugestão minha ficou decidido que a indicação do cargo de senador será feita em comum acordo pela direção nacional e pela executiva estadual, que terá tempo suficiente para buscar um entendimento. Deixei claro que julgo fundamental a união do partido e das oposições para o êxito do partido e da nossa missão, e que não serei empecilho para a busca da união. Exemplo disso, já dei no passado quando abri mão de uma candidatura ao senado em 2006 para eleger o nosso candidato ao governo Jackson Lago.
E também Eduardo acatou com entusiasmo o apoio necessário para que possamos fazer, usando a experiência vitoriosa em seu governo que tem mais de 90% de aprovação, do, mais que necessário, plano de governo de Flavio Dino. Mandaremos com urgência uma listagem das áreas que mais nos interessam, dentro da realidade de pobreza e abandono em que vive o estado.
2 – Como está sua relação com o Roberto Rocha? Acha que ele deve ser o candidato único da oposição ao senado federal?
JR – Relações pessoais devem ficar em segundo plano. O que vale é a causa nobre e fundamental de tirar o Maranhão da pobreza e do atraso. Sobre o senado falei acima.
3 – Sobre as últimas pesquisas eleitorais, como você observa o desempenho de Flávio Dino e Luis Fernando, candidato que representa a continuidade do grupo Sarney?
JR – Creio que a momento é de mudança porque assim quer o povo do Maranhão. Quem personifica esse sentimento é Flávio Dino, que está pronto para conduzir a grande virada histórica que ocorrerá no estado, introduzindo práticas novas e republicanas em todas as áreas de atuação do governo. Luís Fernando no caso representa a continuidade de um governo muito mal avaliado e dessa maneira passa ao largo dessa vontade de mudança.
4 – Alguns analistas avaliam que o candidato da oligarquia ainda pode ser mudado. O ministro Edson Lobão pode ser novamente o plano B?
JR – Deixou de ser, porque ele teria que se desincompatibilizar do cargo de ministro em abril, antes das Convenções partidárias de junho. Ele tem contra ele o fato de Roseana Sarney não desejar a sua candidatura e por saber que está longe de personificar a mudança que todos querem. Acredito que seu projeto é permanecer como ministro agora e no futuro se Dilma ganhar a eleição.
5 – O senhor acredita que o governo Roseana Sarney poderá ainda melhorar nesse um ano que ainda lhe resta de mandato?
JR – Roseana não tem nem nunca teve programa de governo. Não sabe o que fazer. Pretendeu sempre governar com a mídia e com a passividade do povo. Isso acabou como se observa nos itinerantes. O que pode é o conceito do seu governo piorar a cada dia. É muita coisa errada!
6 – Por falar em mandato de Roseana, acha que ela vai ser cassada? Qual a estratégia que o grupo Sarney traça na possibilidade dela ser cassada? É capaz dela renunciar? E na possibilidade dela sair para concorrer ao Senador, como se daria o processo?
JR – Acredito que o processo vai ser julgado e que ela vai ser cassada, porque não há defesa possível depois do que fizeram com Jackson Lago. Ela precisa muito tentar ser eleita senadora, porque senão quem herdará o grupo será o senador Lobão, e eles não admitem isso.
Mas, conforme as pesquisas, ela já perde agora ainda no governo e tudo ficará muito pior se for cassada ou se renunciar, pois se perder os direitos políticos ela poderá ainda recorrer ao supremo contestando a inelegibilidade e poderá ganhar tempo, mas ficará ainda mais fraca concorrendo sub judice. Se renunciar o povo entenderá como confissão de culpa e fuga do julgamento.
Ela tem grandes dificuldades a vencer. O melhor que faria seria entregar o governo para que a recuperação do estado pudesse começar mais cedo.
7 – Seus adversários recorrem o tempo em que o senhor governou o estado para criticá-lo. Nesse período os indicadores mostram o contrário do que dizem. Faça um paralelo do seu governo com os quatros de Roseana. O senhor ver algo positivo na gestão da filha do senador José Sarney? Ou ela só erra?
JR – Os indicadores sociais é que mostram que ela só erra. Não sabe e nem quer fazer nada. Brigam apenas pelo poder e a história ensina que tudo passa e um dia chega até para os muito poderosos. E esse tempo chegou. Todos os dias chegam mais e mais notícias ruins. Precisam sair logo, pois já chegamos ao fundo do poço e do empobrecimento.
Como tínhamos um plano de governo voltado a superar a pobreza o meu período e do Jackson foram os únicos em que todos os nossos indicadores sociais melhoraram muito acima da média do país, é só consultar o IPEA, os dados estão lá. Assim, não há como fazer paralelos. São retas opostas. Um apontando para um lado e outro para o outro lado. Um deu certo e outro deu errado.
8 – Para finalizar, caso vença a eleição de governador em 2014, Luis Fernando pode implantar um modelo de governar diferente dos governos dos Sarneys em que participou? É a renovação do grupo?
JR – Graça a Deus não corremos esse risco. Tem coisas que não tem mais reposição. O material chegou a fadiga, não tem mais conserto. Vão para o ferro velho da história.

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